segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Sobre a experiência pessoal de estágio no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente



O fato de estar estagiando na área de prefeitura já traz em si uma série de correlações de força que somos "forçadas" a aprender a lidar para buscar os melhores caminhos e estratégias para que consigamos fazer valer tudo que aprendemos durante a nossa formação profissional no que se refere ao código de ética, assim como, ao projeto ético-político da profissão de Serviço Social. Estar vinculada ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e Adolescente me permitiu perceber como este espaço é marcado pelas relações de poder e como este instrumento, o Conselho, pensado constitucionalmente como um espaço de deliberação, formulação e controle social de políticas pode se transformar numa arena de disputa de interesses particulares em detrimento à elaboração de políticas que de fato visem a garantia e proteção dos direitos de crianças e adolescentes. Com relação ao trabalho desenvolvido o considero importante dizer, que existe um fluxo intenso de demandas contínuas e muito específicas que precisam ser solucionadas em que há cobrança por resultados que venham satisfazer aquilo que foi programado pela mesa diretora do referido Conselho. Dessa forma, avaliando a minha inserção e a intervenção profissional do Serviço Social neste campo de estágio penso que tal fato pode direcionar nossa prática para atividades restritas, burocráticas e rotineiras, o que faz com que passemos a cumprir apenas os interesses institucionais em detrimento àquilo que é especificamente a programática do Serviço Social dentro da instituição. Avalio então que a jornada não é, e nem será fácil! Temos que nos manter sempre atentas, exercitando a criatividade para bolar novas estratégias para fazer valer o compromisso que é construído ao longo da nossa formação que nos orienta para uma intervenção crítica.

Mariana Pecci

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